Momentos


Todo o homem que deseja amar

Que constrói e vive sentimentos

Não vive o amor de uma mulher

Quando só a tem por momentos.


Espanha, 2009

Quem és?


Na ânsia de te ter, sonho contigo.

Ainda não te senti, nunca te vi.

Para uns não passas de um sonho,

Para outros... andas por aí, ouvi.

Espanha, 2008

Frase(s) 993

Uma das maneiras de travar aqueles que querem ir para a frente é situá-los nos lados.
Enquanto o sistema nos convida a posicionarmo-nos à esquerda ou à direita temos menos margem para avançar como homens livres.
Mas nesta era, o melhor avanço para a humanidade é recuar. Voltar a ser menos perigoso e mais autêntico.

Rorré

Prefixo II

Prefixo II

Nem tudo está fixo.
Nem tudo é histórico.
Relembrar tem prefixo.

Nem tudo é alegórico
No choro e no riso.
Representar é pré-histórico.

Nem todos acreditam no juízo.
Nem todos sabem o seu conceito.
Revelar não é prejuízo.

Nem todos levam a peito
A vontade de renascer.
Recomeçar é preconceito.

Nem todos precisam ver
As coisas à lupa.
Repensar é prever.

Mas o que me preocupa
É que quase ninguém
Do restauro se ocupa.

Karau_Timur, 08-04-2008.

O sorriso de Lu Ma


O teu sorriso verá sempre a aurora.
Verá sempre o lugar austro e boreal
Das rosas do porvir, de hoje e de outrora
Quando encontrar um outro sorriso igual.

O teu sorriso terá sempre uma alvorada.
Terá sempre um lugar onde amparar
Essas rosas feitas de tudo e nada
Quando encontrar num outro sorriso um par.

O teu sorriso será sempre uma manhã.
Será sempre o lugar fausto e conforme
Das rosas dadas à chuva temporã
Quando encontrar o meu, que nele dorme.

Karau_Timur, Luxemburgo, 18 de Outubro de 2010.

A minha pele

A minha pele isola-me e protege-me de corpos estranhos.
A minha pele não sente, quando sou sensível.
A minha pele filtra e exala, respira.
A minha pele sente, quando sou racional.
A minha pele liberta-me e entrega-me a corpos estranhos.
A minha pele tem peso na balança e equilibra-me.

frase(s) 994

A escrita pode ser mais do que inspiração.
Quando nos damos em palavras, ela é expiração.
A escrita pode ser, portanto, respiração sendo que às vezes requer alguma transpiração...
Rorré

Fevereiro 467


Uma brincadeira para os meus amigos do coro Laudare Ensemble que também fazem anos em Fevereiro.
Eramos 3 (Ana, 4; Eu, 6; Nathalie, 7), mas afinal havia mais 2 (Joaldi e Marcos)...
Mas é esta amizade que é o chão das nossas vidas e é sobre ela que se fundam outros sentimentos, se eternizam momentos e se firmam relacionamentos.

Fevereiro 467

Existe apenas 1 mês

Com menos 2 dias.
O 2º do ano,

Onde se acharam 3 rebentos
Como 3 fortes razões
Para formar outra trindade.

Antes, 4.

Os 5 dedos da nossa mão
Enchem os 5 continentes
Com os nossos 5 sentidos.
Não somos "5 estrelas".
Afinal, somos 5 letras: união!

Agora, 6.

Depois, 7...

Karau_Timur, passagem de 5 para 6 Fevereiro, 2008.

frase 995

O adulto é um adolescente adulterado.
Rorré

frase 996

A eloquência está no silêncio.
Rorré

frase 997

Perspectivas, teorias, conhecimentos e ideas evoluem. O homem não, desenvolve-se.
Rorré

frase 998

Se cabe aos filósofos fazer perguntas para entender o mundo, então a nós nos cabe questioná-los para os entender.
Rorré

frase 999

A sabedoria é a soma da inteligência com o bem.
Rorré

frase 1000

Entre a tentação e o pecado, ainda vai um bom bocado...
Rorré.

E como já cheira a Natal...


Feito para o Ensemble 2007, IASD Cascais, Lisboa e Santarém.

Sentido do Natal
Natal de alto e custoso porte,
Que me livrou de estar cativo
Ao comprar a minha morte.

Natal que ganhou outro motivo,
Quando na cruz venceu o mal
Aquele que ressurgiu e está vivo!

Ao vê-lO já na pátria celestial
Compreenderei a minha salvação,
Compreenderei o sentido do Natal.

Karau_Timur, Natal de 2007


Diz-se por aí que se queremos controlar o nosso pior inimigo, devemos controlar a nossa língua...


O teu pior inimigo

Enquanto o teu mundo gira,
Chegas a encher o teu umbigo
Com o amargo vinho da tua ira.

Precisas encontrar esse inimigo.
Rotulá-lo, talvez isso te agrade,
Mas não vês que ele vive contigo.

Cega, não frequentas a verdade.
Ele está em ti e não na rua!
É ele quem profere falsidade.

Mísera, carregas a culpa que é tua
E continuas encoberta nos enredos.
São eles que te deixam ficar nua!

Tonta, tropeças nos teus medos,
Pontapeias a tua consciência,
Para calar e abrigar esses segredos.

Mais valor adquire a prudência
Quando controlamos a língua,
O pior inimigo da nossa existência.


Karau_Timur, 2004.

Descansa em pazzzzzzzzzzzzzzz


Na noite solitária e fria
Alguém chora baixinho.
Perde energia e alegria.
No seu vazio aposento,
Chora sempre sozinho
E já quase sem alento.

Alguém lhe tirou vida,
Da sua frágil essência.
A triste alma escurece,
O coração aperta-lhe
E o corpo já padece.

É à noite que chora
E os seus cabelos
Branqueiam com o luar.
Perde energia, perde alegria
Quando o crepúsculo
Cobre a luz do dia.

Secaram as lágrimas,
Secou a alma e o corpo.
Já não chora à noite.
Agora, encontrou outra paz,
Outro descanso e vida
E à noite não mais jaz.

Karau_Timur, 2005.

Minha Fonte




Um percurso pela montanha até lá chegar.
Encontrar a fonte de paz e saciar-me.



Minha Fonte

Subindo o alto monte
Descobri a tua existência,
Encontrei a minha fonte.

Agora em ti minh’alma,
Respira e transpira calma.

Ali se congregam povos
Sedentos da tua palavra.
Corações velhos e novos.

Não a outros amos!
Só em ti confiamos!

Dá-me também de beber
Dessa samaritana fonte
A tua paz e o teu querer.

Minha essência vou ceder,
Ao autor de todo o ser.

Karau_Timur, 2007

Atlântico


Feito para abertura e fecho do programa cultural, de férias, "Oceano Atlântico"
numa rádio local de Boston, USA.



Atlântico

É com as ondas,
É com as vagas
Que sondas e tragas
O que me vai no coração.

É com a correnteza,
É com as brisas
Que com destreza alisas
O que escreve a minha mão.

É no sal,
É nas águas
Que o vendaval de mágoas
Mostra a tua imensa solidão.

É nos areais
É nos rochedos
Que o cais dos segredos
Ampara a tua undosa agitação.

Mas é na calmaria,
É no cântico
Que a maresia do Atlântico
Se torna nosso chão.

Karau_Timur, Boston, Junho de 2008